sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Novos ares, antigas questões


Lendo algumas noticias essa semana, algo me chamou atenção: a questão da mulher. Duas notícias em especial me fizeram refletir sobre a nossa condição hoje. Uma foi a chamada de um jornal qualquer dizendo que, pela primeira vez na história de uma empresa grande, uma mulher assumiu um cargo que sempre foi ocupado por um homem. A outra  foi a divulgação de um blog de estudantes, que acabaram de entrar na faculdade, jovens, sobre a condição feminina.  Ou seja, como que ainda hoje a gente celebra mulheres assumindo cargos nunca antes navegados? Me pareceu muito ultrapassado isso, mas muito real. Ainda lutamos para assumir certos cargos, ainda somos discriminadas no mercado de trabalho, ainda ganhamos menos, ainda ouvimos piadinhas inconvenientes quando atingimos determinadas posições, ainda somos cantadas sem querer, ainda muita coisa que não devia ser. Isso realmente me incomodou. E logo em seguida, o tal blog das jovens, mostra como a dominação masculina continua. Ela mantem alguns padrões antigos e novas formas vão sendo criadas. E muitas vezes a gente nem percebe, naturalizando a dominação. Assim ela se propaga, se expande e se mantém. Essas meninas mostram, mesmo parte de uma outra geração, que esse conflito permanece, e que ainda há indignação, inquietude, coisas para debater, superar, questionar. Isso por um lado me deixou contente. Constatar que não estamos alheias as novas e velhas formas de opressão masculina. E que as novas gerações vêm com tudo. O outro lado da questão é que, infelizmente, se as novas gerações ainda questionam esse espaço, essa relação, é um grande sinal de que ainda temos muito o que fazer. E que bom que tem gente no front.

Um comentário:

  1. Mudando um pouco de assunto. A auto-estima da mulher tem que começar com ela mesmo, para depois ser externalizada. Tem certas coisas que devem ser combatidas, como por exemplo ficar com um cara que não te trate bem. Mas mesmo assim várias de nós ainda fazemos isso, pq? HOje temos que comemorar nossa independência financeira, que na maioria das vezes já é uma realidade. Outro dia encontrei uma empregada doméstica no ônibus e que começou a falar mal do marido, que era alcólatra, coisa e tal. Perguntei pq não se separa dele? Ela disse que não tinha dinheiro para se sustentar sozinha e aos dois filhos. Uma pena. Mas quando penso em outras mulheres independentes financeiramente e dependentes emocionalmente, fico arrepiada. Terapia já! A vida é uma só.

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