Profissão: professora.
Pela manhã, rede particular. À tarde corre, pega condução para chegar a tempo de alguma coisa da assembléia da rede estadual de ensino. Encontro de pessoas na mesma luta, antigo e novos companheiros. Na assembléia, em um ginásio lotado, o clima é de mobilização. Na frente, organizando o movimento, as mesmas pessoas. Hoje até que foi mais diversificado, como um movimento de descentralização das ações do sindicato. Ótimo, assim agrega mais gente. Pode ser mais demorado, mais trabalhoso, mas é certamente mais rico. Não só como uma experiência política, mas pelo alcance das ações. E envolve, faz mais sentido para quem participa.
A dinâmica é mais ou menos a mesma nas assembleias. Hoje decidimos que quem se inscreve, fala. Não pode passar a vez para a direção do sindicato, como tem acontecido. Uma vitória. Inscrição para passar a vez não funciona. Perde todo o sentido da assembleia enquanto espaço de decisão coletiva. Hoje foi diferente. Que vire tradição. Do outro jeito enfraquece. Pode até dar mais agilidade para o sindicato, mas afasta. E sindicato vazio não vai para frente.
Dessa vez foi difícil ouvir as falas, o som estava baixo e era uma falação só no entorno. Trocas de informação sobre a movimentação da greve em outros lugares. Hoje, dia de aplicação do SAERJINHO, prova do governo, os relatos foram de tensão entre o movimento e as direções. E aiinda tinha o turno da noite para acontecer.
Decidimos por continuar a greve e fazer uma nova assembléia com ato na 3ª que vem. Ô, a educação parou! Em coro, todos cantavam.
No turno da noite, em algumas das escolas abertas, teve panfletagem contra a realização da prova. A maioria dos alunos apoia. Uns, curiosos, querem mais informações sobre a greve, outros mostram total solidariedade ao movimento e indignação com o que eles chamaram de "divisão na classe".
Infelizmente, alguns alunos sofreram pressão psicológica por parte das direções e representantes das secretarias de educação que chegaram a dizer que boicotar a prova ajudaria a fechar a escola (já que as escolas compartilhadas do turno da noite estão ameaçadas) e que o diploma deles (pasmem!) estaria atrelado a realização da prova, numa tentativa de colocar alunos contra o movimento de greve.
Uma total inversão dos fatos apresentada pela direção, uma vez que é esse secretaria que quer fechar as escolas, que não incentiva e não valoriza os profissionais de educação e que faz péssimo uso do orçamento é que deve ser questionada, e não profissionais da educação e alunos que lutam pela manutenção da escola pública e de qualidade.
Já ficou muito claro que a prioridade desse governo não é com a educação. Com campanha financiada por grandes empresas, a gente só pode exigir financiamento público de campanha já! Ou então vai ficar nesse faroeste político do cada um por si e o povo que se vire. É por isso que eu também faço greve.
A greve continua. Cabral, a culpa é sua!
Para saber mais sobre o SAERJ
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