terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2011 espera que as pessoas sejam melhores

É... é isso que eu espero também!
Com tanta coisa acontecendo, é só nisso que eu consigo pensar agora. Últimas frases de 2011, espero! Se tudo der certo, agora só volto em 2011. E que em 2011, com as pessoas melhorando, espero muito estar com elas, essas que melhoram. Melhoram no sentido humano, sabe? É, tem muita gente que não sabe.Esse ano me ensinou bem isso: relembrei de que lado eu sambo! Isso fica ainda mais evidente quando voce samba do lado errado, mas isso é lá uma outra estória..
E o ano que vem vem cheio. Dilma no poder, vamos ver o que os movimentos sociais conseguem. Eduardo Paes infelizmente ainda segue cumprindo o seu mandato e já mostrou para o que veio. Apoiado por Cabral, infelizmente reeleito, também apoiado por Dilma, estão prontos para passar o rodo no RJ. Os mega eventos vêm aí e muita coisa vai acontecer pela cidade. Já está acontecendo. Inflação, remoção, especulação e os de sempre enriquecendo. Obras, UPPs, propagandas. Estamos de olho. Temos que agora ter mais controle sobre o que vai acontecer. E está só começando...

Mas é sempre bom saber de que lado você samba.










Até a volta!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Indicador de qualidade: trânsito.

Estudando para concursos nesse final de ano, analisei com As Amigas alguns indicadores sociais, como o IDH. Hoje, na estrada, voltando do Natal em família, sempre cheio de surpresas, energético e revigorante, fiquei indignada com o comportamento das pessoas no trânisto. Definitivamente, isso é um indicador de qualidade. Claro que não é fácil  medir e tem tantos outros muito mais práticos do que esse, mas que dá para você ter uma noção do caos que você vive, isso dá. É, em parte, um indicador subjetivo.E claro, tem o número de acidentes e mortes, assustadoramente alto nas estradas brasileiras.
Basicamente, para dirigir você precisa de coordenação motora, entender o que cada coisa ali faz, saber as regras de trânsito mas, principalmente, ter EDUCAÇÃO e respeito ao próximo. Ai, ai. E como isso falta!
Regra básica: não ultrapasse pela direita! Tem um murrinha na pista da esquerda?  Paciência, chapa. Pisca o farol, dá uma buzinada de leve e sei lá mais o que. Jamais, JAMAIS, ultrapasse pela direita. Por que? É perigoso, coloca a sua vida e a dos outros em risco. Tirando que você passa por muito mané! Murrinha uma hora sai, espere alguns segundos. Sei, você tem muita pressa, é um ser muito importante, mas não coloque a minha vida em risco. Eu posso estar atrás quando ele decidir ir para a esquerda enquanto você estiver na sua ultrapassagem de alto risco.
Outra regra básica: não adianta ficar cortando todo mundo quando o fluxo está intenso. O fluxo está INTENSO, sacou? Tem muita gente na pista. Aceite que você faz parte dessa muita gente na pista e faça sua parte, fique tranquilo na sua, desacelere um pouco. Você vai contribuir com a fluidez do trânsito. Fique numa pista e vá, firme e forte, um pouco mais devagar, e sempre. Todos agradecem. Quer correr, fazer manobra, ultrapassar em zig zag? Aluga um kart de vez em quando!

E claro, dar seta, avisar o que está fazendo, dar vez, passagem, agradecer. Essas coisas básicas que a gente faz fora do carro e que são necessárias quando você divide o mesmo espaço com outros, sabe?
É como eu sempre digo: comece por você.

Ah, fiquei irada com os pedágios também, mas isso eu deixo para outro dia.


Estrada dá pano para manga!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Finalizando 2010

Final de ano é sempre meio assim.
Fica aquele climinha, né? Eu definitivamente continuo não vendo TV, mas sei que as "retrospectivas" estão rolando. Até tem o seu valor, principalmente quando os fatos políticos são relembrados.  Eu acabo fazendo a minha também.

E que venha 2011.
Prefiro os anos ímpares. Esse ano não fugiu a regra. Apesar de grandes conquistas, transformações, momentos incríveis, prefiro mesmo que ele acabe. Não que tudo vá mudar, num passe de mágica, com a chegada do novo ano.
O que realmente me marcou nesse ano, e mais agora com o início do blog, foi o retorno as discussões feministas. E esse ano foi repleto de fatos, tanto na vida privada, quanto na pública, que me fizeram refletir ainda mais sobre o tema. Na realidade, eu reflito mesmo é sobre o machismo. Feminismo eu não sei bem o que é. Mas entendo muito bem de machismo. Não sei se posso afirmar que toda mulher entende, só porque é mulher. Tem mulher que não entende, tem mulher que não quer entender, tem mulher que não pensa nisso. Não sei. Posso falar por mim e pela minha vivência. E confesso que fiquei muito feliz por conhecer, no universo dos blogs, pessoas que compartilham da minha visão.

Sim, nossa sociedade é machista. Muita coisa já mudou, mas os valores, os preconceito e os papéis ainda são de séculos passados. No meu caso, a desigualdade entre os sexos ficou clara em casa. Com irmão homem, mais velho, nunca entendi as diferenças nas tarefas domésticas e o tratamento diferenciado. E olha que na minha familia a mulherada ia (e vai) a luta, trabalhava, fazia movimento político e coisa e tal. Tinha um perfil um pouco mais progressista, mas em casa era a mesma ladaínha. Meninas para cá, homens para lá. Aquilo definitivamente me incomodava e desde cedo questionava minha família por isso. Cedo mesmo, 6, 7, 8 anos.
Depois, já adolescente, as cantadas canalhas na rua. Aquilo também me incomodava muito. Ficava envergonhada, me sentia invadida. Algo quase naturalizado pela sociedade, um elogio! Eu detestava. Passei a responder. Dizia para ele falar aquilo para a mãe dele, ou para a irmã, a prima ou o caralho a quatro. E, geralmente, eram homens mais velhos. Eu sempre achei aquilo doentio, fruto de uma sociedade que precisava avançar muito no respeito a mulher e a criança-adolescente. Essa tara pelos jovens, essa busca pela jovialidade são, ao meu ver, estratégias de indústrias, facilmente aceitas pela sociedade, devido aos seus valores retrógados e ao desrespeito a mulher. E claro, os homens adoram, pois não precisam fazer auto-crítica ou avaliações constantes sobre seus posicionamentos. Com mulheres críticas, reflexivas e batalhadoras do lado isso fica bem mais difícil, principalmente para quem não quer mudar.
Hoje, décadas depois, o machismo continua ali. No trabalho, na universidade, na família, nas ruas e nos relacionamentos. As  mulheres conquistaram o mercado de trabalho, algo também ótimo para os homens ( e sem dúvida alguma, para a emancipação feminina, mesmo que financeira), mas continuam sendo tratadas de forma secundária. Continua se destacando por sua beleza, sua sensualidade e seus dotes. Mas paga um dobrado para ser ouvida e respeitada.
Na política, mesmo não vendo Dilma como uma candidata das mulheres (definitvamente ela não usou isso como estratégia principal de campanha), penso que iniciamos um momento importante, na cena pública, de reflexões mais sérias sobre nossa existência, nas suas variadas formas. Torço, e lutarei, para que esse debate também venha a tona nos próximos anos. E que homens e mulheres possam viver de uma forma mais equilibrada, justa e feliz.

Que venha 2011!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pérola do dia, por papai

" Já lançaram o I phone, I pad, I tunes, I (nao lembro). A gente vai laçar o I pin" .... Hehe. Melhor piadinha do meu pai nos últimos anos. E tem gente que acha que eu sou séria!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Os analfabetos e a escola

O link se refere a um Brasil com 13 milhões de analfabetos e ao método de erradicação do analfabetismo em Cuba.
Discussão séria que a sociedade brasileira precisa fazer.
Muitos desses analfabetos estão nas escolas. Com muitos amigos professores, é comum ouvir que esses alunos chegam no ensino fundamental sem saber ler e escrever. Alguns largam a escola, por inúmeros motivos e, anos depois, retomam os estudos, no ensino médio. E ainda sem saber ler. Então eles passam, sem saber ler, ganham diploma, entram nas estatísticas de menos um analfabeto, mas continuam analfabetos. Problema sério nos números e nas escolas.
Os professores não sabem o que fazer com esse aluno. Não fomos preparados, nas universidades-castelo-burguesas, para esse tipo de realidade. E as escolas não sabem o que fazer. E não arriscam, não tentam. Não as que eu conheço.
No ensino de geografia, isso fica ainda mais complicado. Geralmente, nas escolas do Rio de Janeiro, são alunos trabalhadores, migrantes e de zonas rurais de todo o Brasil. Têm muita bagagem, têm muito conhecimento, têm muita estória para contar. E pela oralidade eles passam na matéria, acompanham o debate e, claro, nos ensinam muito. Várias vezes me peguei em situações difícies de ter que refletir sobre a reprovação de um aluno por ele não saber se expressar através da linguagem escrita.
E isso só vai adiante se for debatido em conjunto. Viva a experiência cubana!

Tem gente que abusa!

Da sua paciência, da sua ingenuidade, da sua boa vontade, do seu tempo, da sua casa, dos seus amigos, das suas ideias e coisa e tal. Ou seja, tem gente que viaja, seja por carência,  falta de caráter,  falta do que fazer, por maldade ou falta de noção mesmo, de referência, limite, bom senso ou por interesse.
Comecei a fazer a minha " lista" ridícula de intenções para o ano que vem. Fico emotiva nesse momento do ano, sabe? Férias, verão, tempo, espírito de algo novo com a virada do ano, essa coisa de todo mundo se abraçar no Natal e ficar desejando tudo bom, como se alguma coisa fosse realmente mudar nesse momento, uma nova configuração cósmica, sei lá. Mas é uma catarse social. Claro que tem a parte do consumo, mas tem também esses sentimetalismos que, claro, também me tocam.
Decidi que ia evitar ao máximo esses abusos. Dar um basta. Já deu, sabe? Foda que eu sou tida como direta, objetiva e grossa. E não tem funcionado! Vou ter que criar novas estratégias ano que vem para fugir disso. Quem sabe eu não encarno o tipo "sonsa"? Não vi, não é comigo, "é mesmo?" e eu é que vou vazar ao invés de botar quem abusa para correr.
Decidi que vou estudar para $%^&*^*. Continuar lendo os clássicos, terminar o grupo de estudos de Marx, começar a ler os clássicos da Geografia, estudar português, voltar a estudar música, ler todos os livros que eu comprei e enfeitam mnha casa mas não minha cabeça. E para isso eu preciso de tempo. Afastando os abusos sobra tempo para a decisão dois, ou seja, essa.
Decidi que o mundo tem que mudar, mas em relação a isso eu só posso fazer a minha parte.
E é isso. O que a gente quer hoje não é o que vamos querer amanhã. Será?
E é só. Não decidi mais nada. Só em devaneios públicos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Quem gosta de mudanças?

Hoje acordei toda serelepe. Comemorei o fato de ter nascido na cidade do Rio de Janeiro depois que vi alguns amigos indo para Europa e passando dias para voltar para casa. Pelo fato daqui não fazer "menos" temperatura alguma, e que estamos em pleno verão. De manhã, consegui resolver um milhão de coisas e isso só faz crescer o meu amor por Copacabana, essa capacidade que esse bairro te proporciona para resolver tudo ao mesmo tempo. Só que todo mundo faz isso também. Mas tem uma vantagem enorme nisso, ou você aprende a ser a pessoa mais paciente do mundo ou você pira de vez.. Tudo certo para o programa da tarde: ir para Niterói ver o Vale a pena ver de novo da defesa de um amigo. Sem problemas. Frequentei Niterói por anos. Saí de casa e em poucos minutos todo o mundo rosa que eu tinha cuidadosamente criado pela manhã se foi. Primeiro, um calor, mais um calor daqueles! Tudo bem , eu pensei. Poderia ser pior, poderia estar frio, algo que eu abomino. Segundo, fiquei meia hora esperando o maldito ônibus para Niterói que, apesar de ter sido quase atropelada, acenando insistentemente para ele parar, o motorista ignorou totalmente a minha presença e se foi. Eu corri como uma louca, imaginando que o sinal seria camarada comigo e ele pararia. Nada. Finalmente entro no maldito para Niterói, porque estava um trânsito daqueles. Tive sorte, peguei um dos últimos lugares. Uma hora depois, já desesperada, e em Botafogo, começo a ligar para as pessoa para ver se aquele meu humor da manhã voltava. E nada. Finalmente, na Cinelândia, o ônibus lotado e parado por 10 minutos, resolve descer e ir andando até a Praça XV. Ando uns 100 metros e percebo que está quente e longe. Desisto. Cabeça baixa, pego o metrô e volto para casa.
Moral da estória. To ficando velha. Quando eu ia para Niterói, dava para pegar esse maldito ônibus no horário que eu cheguei e nao pegar tanto trânsito. Eu até sabia disso, mas insisti, porque naquele tempo dava. Grrr....
E para piorar, subindo a ladeira da minha casa, escuto um grupo de crianças cantarolando o alfabeto "a b c...   u v w x z". Oi? v W x z??? Cacete, colocaram o W no meio. Só que eu sempre cantei do outro jeito! É, para manter a tradição, vou acabar com uma musiquinha " Camarão que dorme a onda leva..." Naufraguei hoje!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O domingo acabou ou a televisão me deixou burro, muito burro

Eu odeio televisão.
Acho que foi trauma de infância.
Sempre viajava nas férias, mas me lembro de ter passado um período, uma semana, um mês, não sei bem, assistindo televisão por boa parte do dia por alguns dias. Aquilo me trouxe uma sensação de vazio tão grande, que eu nunca mais consegui ficar muito tempo em frente a uma TV. Era como se o mundo estivesse passando do lado de fora daquela caixa e eu ali, hipnotizada por imagens que não me diziam muita coisa. Os filmes tipo sessão da tarde me enjoaram depois dos 8 anos de idade ou perto disso. Descobri que era muito mais legal brincar com os vizinhos, com a vó, jogar dama com o vô ou olhar formigas em fila indiana do que ver aquela porcariada toda.
E a minha mãe não comprava nada das propagandas mesmo, então elas perdiam ainda mais a graça.
Ontem, cansada depois da prova da FAETEC em Sampaio- erg! (nada contra o bairro, meus caros cariocas, é só o nome mesmo), dei aquela chapada básica no sofá. E lá estava ela, a TV. Liguei a dita cuja, peguei o controle remoto e decidi que ficaria um minuto tentando achar algo válido. Passei pelo SBT e, para minha surpresa, era uma entrevista do Lula, provavelmente pouco antes da eleição de 1989. Era o Sérgio Malandro entrevistando e eu quase troquei o canal porque a minha paciência é muito curta, mas como me interesso por política, achei aquilo curioso e dei uma chance. As perguntas foram do nível "por que você usa barba" e etc. Peguei logo no fim e foi interessante ver o Lula falando com cara e jeito de sindicalista. Esse foi um período rico na política brasileira.
A última pergunta foi: "por que escolheu ser presidente do Brasil?" A resposta, com Lula gesticulando por todas as partes e com o linguajar de um líder sindical (bem retratado no documentário ABC da Greve, de Leon Hirszman), foi daquelas que a gente não vê mais. Falou da necessidadade da participação dos trabalhadores na Política e que fazer política não é só votar. Da importância da consciência política, algo que tinha levado um torneiro mecânico, que completou a 4a série, a se candidatar a presidência da república e da exploração dos trabalhadores.

Aquela imagem, dele, naquele período, no Sílvio Santos, sendo entrevistado pelo SM, me chocou um pouco. Ele até chegou a dizer que estava ali para se fazer conhecido pelo público. Era o início da institucionalização de um movimento sindical fortemente combativo. Foi a opção brasileira.

Assim que terminou, virei para o lado e dormi o sono dos deuses. Foram alguns poucos minutos de lucidez na televisão.Estava sem internet.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Nossa Senhora do Offline

Vi um video do ADNET hilário para gente que vive online como eu. Devemos apelar para a nossa senhora do offline para viver uma vida mais presencial e sem o uso de tantos aparelhos e redes sociais virtuais como orkut, facebook, twitter, blog etc.
Só que a internet é realmente foda!
Tem muita coisa interessante e eu sempre fui viciadinha em informação. Antes dela, vivia em bibliotecas. Até tomei um preju sério uma vez com a da PUC, que prometi nao voltar jamais. Paguei uma multa do cão por atrasar alguns dias. Fiquei irada. Não entendia o conceito de pagar em universidades.
Compulsiva por livros e agora por páginas na internet (fui apelidade pelo Espanhol como Miss Windows, por ter sempre um milhão de janelas abertas no computador)  posso passar horas lendo, lendo e lendo. Recentemente, uma das Meninas me indicou a página da Tati Bernardi. Hoje eu me diverti horrores com ela. Que capacidade de sintenzar sentimentos.

"Ainda que doa deixar algumas pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado." Passei o dia pensando nisso.Estou fora de Encostos.

"Numa rodinha de homens o assunto são putas. Numa rodinha de mulheres o assunto são filhos da puta." Adoro conversar sobre política, economia e educação mas certamente os filhos da puta sempre aparecem, principalmente quando fazem merda da grande, como meu querido ex- Cafa Escalador. 

"Mulheres só terminam com homens que não começam." Toda razão. Xô! O motivo :"Um milhão vezes zero é zero. Ou seja: não coloque sua intensidade onde não tem nada." Acertou mais uma vez. Em cheio.

Valeu, Tati. Alegrou a minha noite de estudos.



Educação de Jovens e Adultos

Passei o sábado estudando para a prova da FAETEC. Claro que não deu para estudar muito nos outros dias, sou professora e final de ano é o caos. Começo o ano com uns 400 alunos e, devido a evasão escolar, termino com uns 300. É trabalho paracai!
Li sobre o EJA e ainda não consigo entender a filosofia por trás disso, porque na prática é nítido que as escolas que adotam esse sistema viram uma fábrica de fazer diplomas. A escola que dou aula está esperando a aprovação para passar de uma que oferece ensino médio regular para adotar o EJA.
Fui contra de cara.
A única entre todos os professores. Preocupados somente com a sua vaga, alegam que não temos como fugir. Detesto esses papos de caminho único, que todas as escolas do entorno já adotaram esse programa, que vamos fechar salas, que os professores ficarão vagando procurando escolas e terão que complementar a sua carga horária em vários lugares e etc. É o discurso do desespero, do cada um por si, do se a farinha está pouca, meu pirão primeiro, do individualismo, da opressão capitalista. Limita totalmente nosso potencial criativo e transformador. O de pensar em ações coletivamente a partir de nossas experiências e da nossa realidade.
Agora, lendo documentos elaborados por burocratas afastados das salas de aula e preocupados somente com números e com a exibição do seu próprio traabalho para algum tipo de promoção, vejo que o diagnóstico sobre a realidade da educação popular é teoricamente bem embasada. Falam sobre evasão, idade, democracia nas escolas, valorização do professor, educação para as camadas populares e etc e tal. Mas não vi nada sério sobre como mudar esse quadro. Certamente não será com o EJA. Por enquanto, EJA é uma forma de manter o sistema, isto é, educação de péssima qualidade para os trabalhadores mais pobres e garatia de bons números para os governos. Vou continuar lendo. E questionando as soluções dos burocratas de plantão.

Em ótima companhia!

Devido aos últimos acontecimentos na minha vida, percebi que estar comigo é muito bom! Sou humilde pacas!! Mas realmente, na sopa de valores cretinos que nos envolve, ainda tem uns pedaços que valem, e muito.
Não vou me adaptar a isso mesmo.
Tem coisa que eu não abro mão.
Respeito ao próximo é fundamental, não tem jeito. Honestidade é fundamental, não tem jeito. E fazer as coisas com amor, principalmente quando é uma pessoa que está do outro lado. E isso eu aprendi na vida. E assim sinto que já percorri um longo caminho de aprendizagem.
A pessoa pode falar bem, escrever bem, ter algum talento nos esportes, na arte, com os números e coisa e tal. Mas se esses princípios básicos faltam, ainda há muito o que fazer. São essas coisas que tem faltado, são esses valores que tenho sentido falta. E são esses feitos que me levam a respeitar alguém, independente do que essa pessoa faz. Isso é o que ela é.
Infelizmente, tem gente, "almas sebosas", pequenas de espírito, que fingem carregar isso dentro de si, por fraqueza, inexperiência, ou imaturidade, mas rapidamente a gente percebe que não está lidando com "nossos pares". É uma outra linguagem. A troca é difícil. Incompatível mesmo.
É por isso que eu repito, estou feliz para caralho de estar comigo!!!
"A água é potável, daqui você pode beber! " Só não pense que cachaça é água...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Férias de mim!

Entrei de férias, finalmente!
Não que eu não goste do meu trabalho. Nada disso. Adoro fazer o que faço. Só que entrar de férias é sempre maravilhoso, até porque eu posso continuar fazendo o que adoro fazer, ler, bater papo, vadiar pela cidade e organizar umas atividades pelo bairro e pela cidade. É dedicar tempo para coisas que você ao tem quando trabalha.
Dessa vez vou tirar férias duplamente, do meu trabalho e de mim. Adeus, Julia!
Acho que isso acontece quando a gente percebe que está ficando velha. O tempo passa, você vive uma pá de coisas, mas ainda age como se tivesse 15 anos. Não dá, né? A experiência do tempo certamente serve mais do que encher a gente de rugas, estrias, celulites e sentimentalismos baratos. A gente tem que ficar mais esperta também, né? Viver esse mundinho mágico adolescente é legal na adolescência, mas tem muita coisa chatinha também desse período. Deixo para trás.
Que venha 2011, férias, verão, carnaval, tudo mais que a gente faz na vida, cada um com sua preferência, e muita Julia pela frente!

Copacabana Dilacerada

Copa é o meu bairro preferido na cidade. Por inúmeros motivos. É de fácil acesso, tem comércio popular, asfalto, favela. Luxo e lixo. Samba, morro, pagode e churrasquinho na rua, lojas de sucos por todos os cantos. Gente de todos os lugares. É retrô, fora de moda e progressita ao mesmo tempo.

Recebi uma notícia que vai certamente ofuscar um pouco o brilho do bairro: o fim da Modern Sound, loja maravilhosa de música. Por alguns instantes tive pena da indústria fonográfica e dos grandes empresários que têm dinheiro para bancar espaços de encontro e troca como esse e me senti culpada por ter baixado música na internet. Isso também contribui para fechar lugares maravilhosos como esse. Fiquei pensando em outras formas de nao fechar a loja, como diminuir o seu tamanha, baratear o preço dos CDs para vender mais, pedir incentivo para o Min da Cultura já que era um espaço de shows e etc. A culpa passou. Só ficou o vazio de mais um encanto de Copa se acabando, como aconteceu com os vários cinemas. Dilacerando Copa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

No Trabalho, penúltimo dia.

Pausa no Conselho de Classe. Da segunda escola. Vai durar o dia inteiro. Tenho um milhão de turmas, milhares de alunos, algumas escolas. Adoro dar aula, mas tem muita coisa errada na Educação, nas escolas, nas pessoas, em mim. As vezes, quando ocorre uma configuração cósmica, vivencio momentos de lucidez nesses espaços, com debates intensos e reias sobre questões que eu considero relevantes. Só que na maior parte das vezes é para cumprir burocracias, formalidades e para exibição de egos e personalidades. As vezes estou com vontade de levar a frente uma ideia, proposta, sugestão, e até me animo com a agitação causada. Mas tem outras vezes que me reservo num canto e só observo e fico muito feliz quando alguém toma esse papel. Hoje, uma professora que vai sair da escola fez esse papel. Disse a ela como a escola e aquele conselho jamais serão os mesmos sem ela. Lágrimas. Linda. Vou sentir sua falta aqui. O sinal da fábrica-escola tocou. Tenho que ir.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Primeiro dia do mais um blog.

Resolvi escrever isso porque minhas amigas não aguentam mais me ouvir! Hehe...
Claro, não sei usar essa tecnologia ainda, vou chegar lá. Vou tentando até me entender. Por hoje nada de muito interessante. Dois dias para entrar de férias, estresse no trabalho básico (essa parte me diverte um pouco), estudando para concurso (eu o o Rio de Janeiro inteiro- FAETEC vem aí) e azeda com um fim de relacionamento. Deveria estar estudando, mas cansei. Tive um apoio luxuoso hoje Das Meninas e estudamos bem. Mais um blog dentre milhares que tem na internet. Não li o jornal hoje, não sei o que aconteceu no mundo. Trabalhei e estudei o dia inteiro. Algum acontecimento relevante?