sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Escher e o Cafômetro


Postagem dedicada a meninos e meninas, inspirada na exposição do Escher que eu ainda não vi. 

Depois das andanças pelos diversos cantos do mundo, decidi criar um índice sobre determinada  conduta masculina em relação as meninas, medido pelo cafômetro. Aí vocês vão dizer  que as mulheres também fazem assim e blá, blá, blá. Eu não sei disso. Desconheço e, se tiver, é  pouco.  E é uma pena, acho que a gente tem que partir para uma evolução no trato com o outro e não é vantagem nenhuma tratar as pessoas desse jeito. Claro que existe a categoria galinha, mas esse é fácil porque ele se apresenta como tal, você sabe com quem está lidando.  O canalha é o mais sinistro de todos, porque ele faz de tudo para parecer ser uma pessoa honesta, carinhosa e companheira, tenta te convencer o tempo todo disso, mas é um verdadeiro canalha!

Voltando ao cafômetro.
Enquanto matutava sobre esse serviço de utilidade pública, vi que era muito difícil ter uma escala que fosse do canalha mais tranqüilo, tipo um alerta azul, para o mais cafa de todos, alerta vermelho total, vaza logo, dá um pé na bunda do cara. Quase todos os sinais, que eu conseguia lembrar, levavam logo ao alerta vermelho. 

Vamos a eles:

Alerta vermelho: você acaba de conhecer a criatura e em pouco tempo ele já te manda músicas do tipo Touch Me, Sou eu assim sem você, e você é luz. Ferrou. Vaza.

Alerta Vermelho: Ele  quer ir a todas as suas festas, encontros, natal e eventos sociais, mas arruma desculpas para você não ir nos dele (na realidade, você não queria que ele fosse nos seus e nem mesmo queria ir nos eventos dele, mas convidar é ESSENCIAL).

Alerta Vermelho: Ele inventa brigas absurdas antes dos eventos sociais dele para que você não vá.

Alerta vermelho: Ele te pede em casamento logo no início do relacionamento e depois fica te enrolando. VAZA!!! Aqui o cafômetro explode!

Alerta Vermelho: Ele diz que é diferente dos outros homens. Cafômetro explode aqui também. Diz que vai comprar um cigarro.

Alerta Vermelho: O porteiro dele  não te reconhece. Cafômetro treme.

Alerta Vermelho: Pequenas mentiras. Por coisas banais. Vaza!!! Explode.

Alerta Vermelho: A ex-namorada, noiva, esposa, odeia ele.  Cafômetro apita.

Alerta Vermelho: Se você achar que tem algo de errado é porque tem. E se ele tiver que te convencer o tempo todo de que não, alerta máximo. Pé na bunda já.

Alerta Azul: Não sei...
 Falando em serviço de utilidade pública, essa idéia começou junto com o wikileaks. Pensei logo num wikicafa. Toda vez que você saísse com um meliante e quisesse saber do histórico do tal com o mundo feminino, você acessava o wikicafa e resgatava sua conduta. Hehhe, claro que isso não daria certo porque os fulanos não iam gostar da exposição. Pena que eles não se incomodam de te expor quando saem por aí fazendo as cagadas deles. Mas que eu adorei a idéia, eu adorei! Ia ter livrado muita gente de furadas por aí.

Nem tudo que parece ser, é! As vezes mais do que você pensa, as vezes menos do que você pensa  e outras, nada do que você imagina.

Novos ares, antigas questões


Lendo algumas noticias essa semana, algo me chamou atenção: a questão da mulher. Duas notícias em especial me fizeram refletir sobre a nossa condição hoje. Uma foi a chamada de um jornal qualquer dizendo que, pela primeira vez na história de uma empresa grande, uma mulher assumiu um cargo que sempre foi ocupado por um homem. A outra  foi a divulgação de um blog de estudantes, que acabaram de entrar na faculdade, jovens, sobre a condição feminina.  Ou seja, como que ainda hoje a gente celebra mulheres assumindo cargos nunca antes navegados? Me pareceu muito ultrapassado isso, mas muito real. Ainda lutamos para assumir certos cargos, ainda somos discriminadas no mercado de trabalho, ainda ganhamos menos, ainda ouvimos piadinhas inconvenientes quando atingimos determinadas posições, ainda somos cantadas sem querer, ainda muita coisa que não devia ser. Isso realmente me incomodou. E logo em seguida, o tal blog das jovens, mostra como a dominação masculina continua. Ela mantem alguns padrões antigos e novas formas vão sendo criadas. E muitas vezes a gente nem percebe, naturalizando a dominação. Assim ela se propaga, se expande e se mantém. Essas meninas mostram, mesmo parte de uma outra geração, que esse conflito permanece, e que ainda há indignação, inquietude, coisas para debater, superar, questionar. Isso por um lado me deixou contente. Constatar que não estamos alheias as novas e velhas formas de opressão masculina. E que as novas gerações vêm com tudo. O outro lado da questão é que, infelizmente, se as novas gerações ainda questionam esse espaço, essa relação, é um grande sinal de que ainda temos muito o que fazer. E que bom que tem gente no front.

Cuba e o bloqueio

 Coloquei uma sessão só sobre Cuba no blog, mas achei interessante a posição de Silvio sobre as conquistas de Cuba pós 1959. Do blog do Atílio Boron.

Silvio habla sobre Cuba y el bloqueo

Hermosas y profundas palabras de Silvio Rodríguez sobre la Cuba actual, la Cuba del pasado y el nefasto papel del bloqueo de Estados Unidos.


"Por eso invito a todos los que aman a Cuba y desean la dignidad de los cubanos, a gritar conmigo ahora, mañana, en todas partes: ¡Abajo el bloqueo!"

 Creo que la Revolución Cubana dignificó a nuestro país y a los cubanos. Y que el Gobierno Revolucionario ha sido el mejor gobierno de nuestra Historia.
Sí: antes de la Revolución La Habana estaba mucho más pintada, los baches eran raros y uno caminaba calles y calles de tiendas llenas e iluminadas. Pero ¿quiénes compraban en aquellas tiendas? ¿Quiénes podían caminar con verdadera libertad por aquellas calles? Por supuesto, los que “tenían con qué” en sus bolsillos. Los demás, a ver vidrieras y a soñar, como mi madre, como nuestra ... (clic abajo para seguir ) familia, como la mayoría de las familias cubanas. Por aquellas avenidas fabulosas sólo se paseaban los “ciudadanos respetables”, bien considerados en primer lugar por su aspecto. Los harapientos, los mendigos, casi todos negros, tenían que hacer rodeos, porque cuando un policía los veía en alguna calle “decente”, a palos los sacaban de allí.
Esto lo vi con mis propios ojos de niño de 7 u 8 años y lo estuve viendo hasta que cumplí 12, cuando triunfó la Revolución.
En la esquina de mi casa había dos bares, en uno de ellos, a veces, en vez de cenar, nos tomábamos un batido. En varias ocasiones pasaron marines, cayéndose de borrachos, buscando prostitutas y metiéndose con las mujeres del barrio. A un joven vecino nuestro, que salió a defender a su hermana, lo tiraron al suelo, y cuando llegó la policía ¿con quién creen que cargaron? ¿Con los abusadores? Pues no. A patadas por los fondillos se llevaron a aquel joven universitario que, lógicamente, después se destacaba en las tánganas estudiantiles.
Ahí están las fotos de un marine meando, sentado en la cabeza de la estatua de Martí, en el Parque Central de nuestra Capital.
Eso era Cuba, antes del 59. Al menos así eran las calles de la Centrohabana que yo viví a diario, las del barrio de San Leopoldo, colindante con Dragones y Cayo Hueso. Ahora están destruidas, me desgarra pasar por allí porque es como ver las ruinas de mi propia infancia. Lo canto en “Trovador antiguo”. ¿Cómo pudimos llegar a semejante deterioro? Por muchas razones. Mucha culpa nuestra por no haber visto los árboles, embelesados con el bosque, pero culpa también de los que quieren que regresen los marines a vejar la cabeza de Martí.
Estoy de acuerdo en revertir los errores, en desterrar el autoritarismo y en construir una democracia socialista sólida, eficiente, con un funcionamiento siempre perfectible, que se garantice a sí misma. Me niego a renunciar a los derechos fundamentales que la Revolución conquistó para el pueblo. Antes que nada, dignidad y soberanía, y asimismo salud, educación, cultura y una vejez honorable para todos. Quisiera no tener que enterarme de lo que pasa en mi país por la prensa de afuera, cuyos enfoques aportan no poca confusión. Quisiera que mejoraran muchas cosas que he dicho y otras que no.
Pero, por encima de todo, no quiero que regrese aquella ignominia, aquella miseria, aquella falsedad de partidos políticos que cuando tomaban el poder le entregaban el país al mejor postor. Todo aquello sucedía al tibio amparo de la Declaración de los Derechos Humanos y de la Constitución de 1940. La experiencia pre-revolucionaria cubana y la de muchos otros países demuestra lo que importan los derechos humanos en las democracias representativas.
Muchos de los que hoy atacan la Revolución, fueron educados por ella. Profesionales emigrados, que comparan forzadamente las condiciones ideales de “la culta Europa”, con la hostigada Cuba. Otros, más viejos, quizá alguna vez llegaron a “ser algo” gracias a la Revolución y hoy se pavonean como ideólogos pro capitalistas, estudiosos de Leyes e Historia, disfrazados de humildes obreros. Personalmente, no soporto a los “cambiacasacas” fervorosos; esos arrepentidos, con sus cursitos de marxismo y todo, que eran más papistas que el Papa y ahora son su propio reverso. No les deseo mal, a nadie se lo deseo, pero tanta inconsistencia me revuelve.
La Revolución, como Prometeo (le debo una canción con ese nombre), iluminó a los olvidados. Porque en vez de decirle al pueblo: cree, le dijo: lee. Por eso, como al héroe mitológico, quieren hacerle pagar su osadía, atándola a una remota cumbre donde un buitre (o un águila imperial) le devore eternamente las entrañas. Yo no niego los errores y los voluntarismos, pero no sé olvidar la vocación de pueblo de la Revolución, frente a agresiones que han usado todas las armas para herir y matar, así como los más poderosos y sofisticados medios de difusión (y distorsión) de ideas.
Jamás he dicho que el bloqueo tiene toda la culpa de nuestras desgracias. Pero la existencia del bloqueo no nos ha dado nunca la oportunidad de medirnos a nosotros mismos.
A mí me gustaría morir con las responsabilidades de nuestras desdichas bien claritas.
 
Por eso invito a todos los que aman a Cuba y desean la dignidad de los cubanos, a gritar conmigo ahora, mañana, en todas partes: ¡Abajo el bloqueo!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tem, mas acabou!


 Sabe aquela pessoa politicamente correta, que não ri da miséria alheia, que não dá uma sacaneada porque a pessoa é assim ou assado, tem problemas sérios com piadas e tal? Pois é, chato para cacete. Eu sou assim(quase sempre)! Adoro esse meu lado E.T, anti-social e tal. Sou assim e pronto. E convivo relativamente bem com quem não é, mas tem que ser pouco, o grau não pode ser muito alto, ou então eu encho o saco rápido, invento uma desculpa e tchau.
Pedreira Granito Espírito Santo
Tudo isso por causa de uma reforma que eu decidi fazer. Comecei viajando nas coisas da casa, que está no original (década de 40!), maior dificuldade para me desfazer da pastilinha do chão, do armário caquético, dos azulejos antigos que não podem mais ser recuperados etc, mas estava decidida. Então você passa a pesquisar material. Acaba caindo em paginas e revistas de decoração, reforma, obra, construção. Aquelas casas lindas, sem uma mancha, uma poeirinha, nada quebrado. Um sonho. E caro, muito caro. Aí você volta para a real. Relou, vai ter que adaptar um móvel daqui, reutilizar o outro, pintar esse, pegar o piso mais barato porque aquele dos sonhos custa o olho do %¨&*.
Decidi que ia trocar a pia. Quero colocar granito (e não granizo). Entro numa loja, gosto de um e pergunto quanto está. A resposta: “ esse não tem mais, a pedreira fechou”. Ai, cacete. Arrasou comigo. E eu já fui em algumas pedreiras, é um horror aquilo. Faz um buraco na terra, tira tudo, e depois fica aquilo lá. Sem as pedras. Depois eu não sei o que acontece. Preenche com terra? Cresce alguma coisa? Vira deserto? Agora não sei o que fazer. Politicamente incorreto e bonito, prático e igual a todo mundo, ou politicamente correto, retrô, feio, que não cabe no meu projeto megalomaníaco mas cabe no plano B? Questões...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Somos a montanha

Escrevi isso ontem. A vibe de hoje é outra, mas to com preguiça de escrever. Adoro quando a vibe muda, mas a essência é a mesma.

É,
Tem dias que eu acordo mais irada do que outros. Irada de ira mesmo, não de maneira, engraçadinha, foda ou meiga. O computador quebrou e estou de férias, mas trabalhando. Esse é o contexto pessoal. Já a conjuntura, usando os termos burocráticos tradicionais da esquerda que eu ADORO, não é lá das melhores. Situação caótica na Região Serrana do Rio de Janeiro e agora essa informação sobre a ação da polícia de Sampa em cima de estudantes protestando contra o aumento das tarifas dos transportes.
Estudantes protestam contra preço transporte SP
Não tem jeito. Tem que partir para cima. Não dá para deixar como está. Não dá para ser cada um por si. A gente perde. E as coisas estão relacionadas. Esse cada um por si se reflete na sua relação mais próxima, no seu cotidiano, nas relações familiares, relacionamentos, amigos, no trabalho, em associações, nas tomadas de decisões, as vezes decisões importantes e vira um ciclo que leva a esse caos societário, sectário e segregador.


Hoje, homenagem a quem agregava. Ele é a montanha.
Não pude ir. Coisas da vida. Coisa de quem desagrega. Fui homenagear de outra forma e em outros lugares.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chuva, erosão, luta pela moradia e PIG

Até agora, 257 mortos em Teresópolis, Petrópolis e Friburgo. E continua subindo.
Na TV, imagens com resgates feitos pelos próprios moradores.

Especialistas em mecânica do solo são chamados o tempo todo pelo PIG para falar sobre as encostas íngremes, os tipos de solo, São Pedro, a quantidade de chuva e tal. São aspectos importantes no planejamento das cidades e devem ser monitorados. Repasse de recursos do governo federal, previsão do tempo, mapeamento de áreas de risco, planos de evacuação e projetos de drenagem são temas fundamentais que devem ser tratados nas diferentes esferas do governo.
Agora, comentários do tipo: “Você não vai resolver isso em 24 horas. Você não pode criticar as autoridades por isso” são um tanto quanto irritantes, principalmente em lugares com histórico de eventos como esse. Não é que de repente, num ato excepcional, choveu muito nesses lugares. Claro que dessa vez foi uma tragédia enorme, ampliada pela falta de sistema de alerta, de prevenção, investimentos e tal. Mas as chuvas acontecem regularmente, as perdas acontecem regularmente. Só que elas ganham muito destaque quando as grandes tragédias acontecem. Mas estava acontecendo antes e ia acontecer justamente pela falta planejamento, que engloba vários aspectos da cidade, não somente a análise técnica da situação.

Finalmente escuto: “Evitar a ocupação dessas áreas. Isso é um programa habitacional!” Enfim!! Jornalista tenta rapidamente mudar o foco: “aí entra o problema de fiscalização”- não!!!, esse não é o tema central. Deixa o cara continuar. O entrevistado explica então a falta de investimento em moradia popular no Brasil. Ótimo. Foi totalmente inesperado para os entrevistadores que mudavam de assunto sempre que ele falava sobre isso. Precisamos discutir e tratar com seriedade a situação das moradias, principalmente as populares no Brasil. E continua: “A tendência é piorar”. Pior é isso. Alouuu Ministério das Cidades, Prefeitos e Sérgio Cabral!!!

Chuva, erosão e luta pela moradia

 Reproduzindo texto sobre repasses do Governo Federal depois das fortes chuvas e mortes de hoje na Região Serrana do Rio de Janeiro.

 Obras de prevenção em áreas de risco, com dinheiro do PAC, demoram pelo menos mais dois anos

Publicado em janeiro 12, 2011 
As obras de prevenção em áreas de risco nos municípios que enfrentam problemas com as chuvas devem demorar, no mínimo, dois anos para ser concluídas. De acordo com o secretário nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Celso Carvalho, nesse primeiro momento, só é possível fazer pequenas obras de contenção de encostas.
“A partir do ano que vem, grande parte das obras de prevenção de áreas de risco será feita. Em relação às inundações, as obras são mais complexas. Por isso, deve demorar mais uns dois anos para que a população dessas áreas tenha mais segurança”, disse Carvalho.
Em março do ano passado, o governo anunciou o investimento de R$ 11 bilhões, da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), para prevenir deslizamentos de terra. “No PAC 2 foram incluídos dois novos projetos para prevenção de áreas de risco. O primeiro é um programa de drenagem, para resolver os problemas de inundação. O outro são obras de contenção de encostas. Esses são os dois grandes problemas [das cidades afetadas pelas chuvas]”, disse Carvalho.
Desses R$11 bilhões, o Ministério das Cidades vai investir R$ 10 bilhões em obras de drenagem e R$ 1 bilhão em obras de contenção de encostas. O dinheiro será dividido e repassado para cerca de 100 municípios. Segundo o secretário, a seleção foi feita após um mapeamento dos municípios mais atingidos pelas chuvas nesta época do ano. “É a primeira vez que recebemos recursos específicos para obras de prevenção de áreas de risco. Isso faz parte do Plano de Redução de Áreas de Risco, que vai vigorar entre 2011 e 2014”.
Em 2011, serão repassados R$ 500 milhões aos municípios que enfrentam problemas mais graves e têm um plano de risco já preparado. De acordo com Carvalho, a fiscalização das obras será feita pela Caixa Econômica Federal. “O dinheiro só será liberado quando a obra começar. Se a obra parar, a transferência de recursos também para”.
Reportagem de Daniella Jinkings, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 12/01/2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sessão Marx

Queria saber organizar esse blog melhor. Ou ele é limitado mesmo e eu não estou sabendo. Copio, da página da Carta Maior, interessante artigo sobre a moeda, Marx e o capitalismo

A questão da moeda

Marx definiu o caráter social do dinheiro: uma propriedade impessoal que me permite transportar, no meu bolso, o poder social e as relações sociais gerais: a substância da sociedade. O dinheiro repõe, sob a forma de objeto, o poder social nas mãos dos particulares, que exercem este poder enquanto indivíduos.
“É o ouro.
O que ele não é capaz de fazer e desfazer?”

Shakespeare

No modo de produção capitalista a moeda constitui o elo por excelência que caracteriza a relação entre as pessoas. No interior do capitalismo ela tem uma função importante dentro deste contexto, sendo, segundo Karl Marx, “uma relação social de caráter econômico”, pois a moeda faz parte das relações capitalistas de produção. É dentro desse enfoque que se vai pautar a nossa análise sobre a questão da moeda.

Ao estudar tal questão é importante e necessário começar esclarecendo que no estudo do modo de produção capitalista a circulação simples toma uma forma importante como ponto de partida que permite construir uma teoria geral da moeda. Devemos inicialmente relacionar o crédito com o modo de produção capitalista, tendo a moeda (ouro, prata) como equivalente geral, um dos aspectos da moeda.

Antes de Marx, David Ricardo – economista inglês – começa o estudo da moeda por meio do estudo do ouro como moeda mercadoria, em que seu valor, ouro ou prata, como quantidade do tempo de trabalho objetivado nelas; dessa forma, Ricardo concebe que é por meio dele que são medidos os valores de todas as mercadorias.

Mas Marx critica Ricardo, por tratar a moeda como simples mercadoria e não compreende o que distingue uma da outra, pois a dificuldade dos economistas burgueses, inclusive Ricardo, está em não demonstrar que dinheiro é mercadoria, mas sim a partir de que forma e meios o dinheiro pode ser considerado uma mercadoria.

A teoria marxista da moeda começa pela determinação da forma de equivalente geral, ou seja, moeda, que se diferencia uma mercadoria diante das outras. Marx, em "O Capital", estabelece os três pontos seguintes sucessivamente analisados por ele: a) medida dos valores; b) meio de circulação; e c) moeda ou o dinheiro. Ele encadeia estes três pontos à aparição da moeda e mais ainda, uma vez que é somente ao final dessas “etapas” que “a existência econômica” da moeda fica finalmente estabelecida com sua natureza de equivalente geral.

Na "Contribuição à Crítica da Economia Política", Marx faz a seguinte colocação:

“(...) Porque todas as mercadorias medem seus valores de troca pelo ouro, na proporção em que determinada quantidade de ouro e determinada quantidade de mercadoria contêm a mesma quantia de tempo de trabalho, o ouro se torna medida de valor”.

A transformação de valor em preço é “antes de mais nada o valor na forma de dinheiro”. O preço mercantil da moeda como meio de circulação num mercado monetário permite que se realizem compras e vendas, pois é na circulação que a moeda substitui realmente as mercadorias, dando fixação dos preços em toda a sua amplitude.

A função da moeda tem como condição a variação do seu valor e também na variação da quantidade que ela circula. Essa quantidade dos meios de circulação é dada pela soma dos valores das mercadorias e da velocidade média de sua circulação. Marx, nesse ponto, diz: “(....) Qualquer pesquisa científica sobre a relação entre quantidade dos meios de circulação e o movimento de preços das mercadorias deve ter como dado o valor do material que constitui o dinheiro”. (Contribuição à Crítica da Economia Política).

Ricardo tem uma concepção monetária em que a quantidade de moeda é dominante e o nível de preço depende dessa quantidade. Marx realiza uma distinção entre papel-moeda de Estado, moeda medida de valores e moeda meio de circulação, negando, com isso, em sua análise, a exclusividade quantitativista da moeda de papel, em que se baseiam os teóricos burgueses.

Outra função apresentada pela moeda é a de instrumento de entesouramento que Marx estabelece como uma interrupção do processo de circulação das mercadorias. “O dinheiro petrifica-se em tesouro, o vendedor de mercadoria em entesourador” (O Capital, volume I).

Uma característica do entesouramento da moeda é que ela tem uma função reguladora, pois faz parte das condições de circulação, uma vez que seu valor e sua forma específica, seu papel unificador e regulador não eliminam as características contraditórias inerentes à circulação monetária, pelo contrário, o entesouramento conserva a forma moeda de maneira diferente de todas as outras mercadorias.

A procura por dinheiro, liquidez, para entesouramento é restrita devido ao poder infinito do dinheiro por ser conversível em qualquer mercadoria.

A moeda não é neutra e não se torna completamente neutralizada, não só devido ao desenvolvimento do crédito como pela política monetária. A moeda em processo de circulação não tem dono, não pertence a ninguém, mas sua própria circulação condiciona, ou melhor, proporciona a formação de tesouros. Portanto, seguindo Marx, a sua acumulação (moeda/ dinheiro) é estéril porque a retirada do dinheiro da circulação (entesourar) impediria totalmente sua expansão como capital, pois Marx separa “poupança” e “entesouramento”, enquanto Ricardo pensa que poupar é gastar, desconhecendo o sentido do entesouramento que é acumulação de “riqueza abstrata”.

Entesourar pode apresentar-se como separação de venda e de compra de mercadoria. A moeda como meio de pagamento desempenha o seu papel no final de uma venda a crédito: para liquidar o crédito o devedor deve vender mercadorias, deixando de reserva o dinheiro obtido que deverá ser pago no prazo combinado. Para respeitar esse prazo o dinheiro entra em circulação como meio de pagamento e Marx diz: “(...) surge como mercadoria absoluta no interior da própria circulação, e não fora dela, como o tesouro”.

“Só no mercado mundial adquire plenamente o dinheiro o caráter de mercadoria cujo corpo é simultaneamente a encarnação social imediata do trabalho humano abstrato. Sua maneira de existir torna-se adequada a seu conceito” (O Capital – Karl Marx). Diante disso, a função da moeda no mercado mundial desempenha o papel de moeda universal, entretanto Marx diz:

“(...) Quanto mais se desenvolve a troca das mercadorias entre as diversas esferas nacionais de circulação mais se desenvolve a função do dinheiro universal como meio de pagamento, destinado a compensar as balanças de pagamento internacionais”. (Contribuição à Crítica da Economia Política – Marx).

O caráter social do dinheiro é dito claramente por Marx nesta passagem de seu livro "Contribuição à Crítica da Economia Política":

“(...) O dinheiro é propriedade impessoal. Ele me permite transportar comigo, no meu bolso, o poder social e as relações sociais gerais: a substância da sociedade. O dinheiro repõe, sob a forma de objeto, o poder social nas mãos dos particulares, que exercem este poder enquanto indivíduos”.

Essa relação social do dinheiro (moeda) proporciona a existência desses, e o papel do dinheiro é a troca privada entre produtores privados de mercadorias. O Estado, por outro lado, pode emitir papel-moeda de curso forçado, ou seja, ele assume, por meio da coerção pública (leis), um padrão monetário puramente convencional que tem validade geral, ou melhor, nacional, dentro de um espaço territorial delimitado, por isso o Estado tem um poder monetário limitado pelo poder social que a própria moeda lhe dá, não implicando isso poder econômico do Estado de determinar o valor da moeda.

Este poder – do Estado – é real, mas depende das leis contidas na circulação monetária.

A questão da moeda de crédito é analisada por Marx, que as separa entre “sistema monetário” e o “sistema de crédito”. Ele faz a seguinte observação: “(...) O dinheiro de crédito decorre diretamente da função do dinheiro como meio de pagamento, circulando certificados das dívidas relativas às mercadorias vendidas, com o fim de transferir a outros o direito de exigir o pagamento delas. À medida que se amplia o sistema de crédito, desenvolve-se a função de meio de pagamento exercida pelo dinheiro”. (O Capital, livro I. Karl Marx).

Outro aspecto essencial é o fato de a reprodução do capital ser afetada pela vinculação entre período de produção e de circulação, pois quanto mais tempo for necessário o segundo em relação ao primeiro tanto mais desequilíbrio; a valorização do capital é afetada, pois não se produz nenhum valor novo no processo de circulação. O tempo da circulação, ou seja, a venda das mercadorias produzidas, retorno do dinheiro e reinvestimento de capital dinheiro é ao mesmo tempo um obstáculo à produção de valor e de mais-valia.

Portanto o ditado popular: “Tempo é dinheiro”, aqui se coloca, pois quanto menor o tempo necessário em que fica a mercadoria no processo de circulação mais rápido se da à entrada de receitas das vendas. Por isto o capitalista necessita reduzir ao mínimo o tempo de circulação, ou seja, saltar etapas, não depender da entrada das receitas de acordo com as vendas. Dessa forma, Marx indica que “toda a teoria do crédito, na medida em que na historia da circulação monetária, contém o antagonismo entre o tempo de trabalho e o tempo de circulação”. Assim o crédito no sistema capitalista mobiliza recursos monetários como forma e meio de acelerar essa reprodução do capital afetando as condições monetárias da circulação, separando moeda e venda de mercadorias e aproximando a moeda, sob nova forma, ao financiamento do capital produtivo.

Marx mostra em suas análises a concentração de trabalhadores e a mobilização significativa de capital-dinheiro em que se apóia no crédito, este ligado ao fato que o empresário não mais trabalha para o cliente e sim para o mercado. Além do mais, segundo Marx, na medida em que o crédito permite acelerar e aumentar a concentração do capital numa só mão, ele contribui para encurtar o período de trabalho.

Dessa forma, o crédito interligado ao processo de reprodução do capital que alavanca quantias enormes de dinheiro produz uma mudança não só de ordem quantitativa, mas qualitativa de uma parcela de moeda com a formação de um “sistema de crédito”. Brunhoff, nesse ponto, fala o seguinte: “(...) O capitalismo é inseparável de uma circulação mercantil que deve assegurar a combinação de circulações de diferentes tipos”.

Logo, a questão da moeda é complexa e não se esgota nesse ponto, pois ela envolve questões de relevância dentro do pensamento econômico e da realidade político-econômica do mundo capitalista.

Ari de Oliveira Zenha é economista.

Arrumando a zona ou recordar é viver



Aprendi a usar mais essa ferramenta do blog, compartilhar videos interessantes. Tentei fazer uma seção separada para eles, mas ainda não me entendi direito com isso. Ia ficar mais organizado e eu estou numa fase de mega organização.
Por ser de família de "imigrantes recentes", toda vez que arrumo a casa eu encontro umas relíquias. Vou digitalizar algumas e publico algumas coisas em breve.
Hoje pela manhã, rádio ligado na CBN, quem é o entrevistado do dia? Secretário Coxinha!! Primeira pergunta:" Secretário, recebemos várias mensagens, principalmente dos professores. O salário de um professor era antes equivalente a 4 salários mínimos, agora ele está perto de 1. Qual a perspectiva de aumento?" Resposta: "errr, bem, claro..." Vai enrolar, penso eu imediatamente. E continua :" Mas isso é uma defasagem histórica (uau!) e precisa entrar no Orçamento. O que a gente vai dar é um bônus. Sabe como é, né? Trabalhar no Estado é como um trabalho em quaquer em presa." OI??? Repete, querido, eu não entendi, penso eu na minha ingenuidade jovial,  qualquer empresa não, secretário. Estamos falando de uma Secretaria, orgão público, responsável, entre outros, por gerir os recursos da área de Educação, mas JAMAIS deve ser vista como uma empresa, pois empresas, secretários, pelo que eu entendo, estão preocupadas em fazer lucro e isso vem da mais-valia extraída dos seus trabalhadores. Uma secretaria, principalmente na área de Educação, deve ser gerida e organizada com outros princíipios. Os seus princípios já estão ficando claros para mim, pensar a educacação como um negócio. Infelizmente, vamos demorar muito para avançar na Educação do Estado do Rio de Janeiro. E bônus nós não queremos. Queremos isonomia, salári igual  e digno para todos, diferenciado somente pelo Plano de Carreiras.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Para fechar hoje, com chuva, sobre a "natureza"masculina

Amiga-A Dinda do Outro Lado da Poça, viu e lembrou deu.


Foda-se a natureza!

Vai, Lacraia!

Final de semana cheio de alto de baixos.
Enquanto espero a maré mansa chegar, vou me virando como posso. O ponto alto foi certamente o pré-Carnaval do Rio de Janeiro.
No mais, muito de mais do mesmo.Hoje acordei toda entusiasmada com o projeto renovação da casa. Estava eu toda contente, com um calor da porra, fazendo uma jardinagem básica na encosta perto de casa, tentando manter o que resta dela, quando eis que surge para estragar a festa. Sempre tem alguém ou alguma coisa para estragar. Putz grila! Eu, toda emocionada, com todo carinho, dedicação, pensando no meu, no seu, no nosso futuro , cuidando das flores do meu jardim, quando  surge uma criatura horrorosa, super estraga prazeres. Lacraia maldita. Dou um mega piti. Jogo o vaso para o alto, voa terra para todos os lados enquanto procuro uma vassoura para me defender da peste dos infernos. Nada. Ela se foi. Se entrevou no meio dos vasos, pequena como só ela, da cor da terra. Agora tenho que conviver sabendo que ela existe. Afff. Pelo menos esse é um baixo pequeno dentro os outros.
Quando você acha que está tudo perdido, surge então uma voz meiga no meio da imensidão na net. “ Amiga, você está aí???” Eba!

Falando em lacraia, isso me lembra um outro baixo, que é generalizado, sobre a vida em sociedade. A gente ainda tem muito que avançar, mudar, refletir. Só de pensar que tem gente que te desrespeita pela sua opção sexual ou sua origem, sela ela econômica, social, territorial, religiosa ou de qualquer outro tipo, me dá aquela sensação de que muito tem que ser feito. Referências precisam ser discutidas e trabalhadas, para que as pessoas possam viver com mais dignidade, com mais harmonia. Já basta o sistema econômico, te pressionando por todos os cantos, ainda tem um sistema de ideias que o tempo todo precisa ser combatido, repensado, criticado,  para que não seja um cada um por si e isso seja tido como natural, normal. Não, não é.

 Ser professor é um pouco isso. Colocar em questão certas atitudes, preconceitos, valores, posturas diante da vida. As vezes em pequenas coisas que acontecem em sala, grandes debates podem surgir. A gente precisa de referencial o tempo todo. Por isso dialogamos, trocamos e reavaliamos nossas posturas constantemente. E depois de um tempo a gente percebe que tem certas coisas que são muito valiosas. São certezas deliciosas da vida. Amizade, respeito ao próximo, socialismo (hehe) e por aí vai.
Eu não mudo de time. Mesmo com todo o repensar, tem certas coisas que a gente carrega para vida. Hoje em dia, desconfio de que tem um papo de muitas incertezas. Incerteza é diferente de reavaliar posições. Incerteza demais e humanismo de menos. É o egoísmo tomando conta da situação. Estou incerto, será que isso é bom para mim? Esse para mim esquece que a vida é feita de gente que te cerca e suas atitudes não podem ser baseadas somente no que é bom para você.
Pena que tem tanto sanguessuga no caminho para dar umas empatadas de vez em quando, mas até com eles a gente aprende. Aprende tudo que a gente não quer ser!

Só vocês!
Paulinho e Martinho em Maré Mansa 

Projeto Reforma sofreu uma baixa hoje. Precisando de um arquiteto bom, bonito e barato!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Hoje, só com muito amanhã

Que dor de estômago. Achei que tinha sido da dupla doritos com coca que eu tinha mandado para dentro em momento de desespero pré-prazo. Mas não foi isso. Saber lidar com perdas, frustrações e seguir caminhos que a gente não pensava ter que traçar por forças das circunstancias faz parte da vida. Às vezes nem é com você que a coisa acontece, mas você, enquanto gente, sente, e sente muito pelo outro. E fica mal por ele, com ele, com a situação. Saber viver deve ser passar por isso e mesmo assim continuar levando a vida, sorrindo, amando, acreditando nos outros, dando força para quem precisa, recebendo carinho quando é você que está nessa situação e vivendo! A medida que o tempo passa, você entende o sentido daquela frase que sempre aparecia nas gramáticas escolares “ na vida, nem tudo são flores”. A vida segue. E hoje está sol depois de muita chuva.

Falando em chuva, saiu o sistema de monitoramento de deslizamentos do Rio de Janeiro.
http://virusplanetario.wordpress.com/tag/esquerda/




Em entrevista hoje, Paes disse que as pessoas em áreas de risco não serão removidas, mas coincidentemente, o maior numero de casos de risco está na Rocinha, mais de 1600 casas. Coincidência? Ta registrado, ele disse que era para fazer obras de contenção. Foi bom que achei esse site, tem como avaliar o que ele anda fazendo.









  E o pesadelo do Plano Estadual de Educação continua. É por isso que fica difícil acreditar que algo vai mudar nos próximos anos. Olha o que a Secretaria apresentou como plano Plano Estuadual de Educacao
Ótimo. Super animada. Basicamente, não diz nada. Parece um plano de negócios. Tenho acompanhado as declarações tanto de Cabralnóquio quanto seu secretário, Risoli, vulgo Coxinha, para tentar entender o que vem. Por enquanto, o que há de pior é que as escolas terão que cumprir metas e essas receberam bônus... Ai, que falta eu sinto de Cuba nessas horas. Não pelo salário, claro, mas pela discussão séria que é feita em torno da Educação. 
Mas Cuba é outra estória, e vou colocar várias postagens dedicada a ela em breve.

Ah, nada como o twitter. Artigo bacana sobre inflação. Ainda não era exatamente o que eu queria ouvir, mas já tem bastante de transferência de verba do trabalhador para as empresas e tal. Realmente, a minha idéia de inflação zero fica complicada, pensando que os preços variam no mercado internacional, o que afeta os custos das coisas aqui. Tem que ser inflação zero no mundo. Hehe...Inflação: a mesma desculpa de sempre.

Por enquanto é só.

Projeto Reforma começa hoje.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mofo

Pausa para dar um descansada. Mofando escrevendo um artigo. Que bom que não fez sol (hehe)...

 Queria mesmo é estar num samba daqueles. Enquanto ele não vem, escrevo sobre a cidade.Ah.. não deu tempo de ir à feira, não sei como estão os preços. Domingo tem outra.


Descoberta do dia: Radio Funarte Samba

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O estranho está no ar

Humm.. algo estranho no ar. Fico cabrera quando alguns temas aparecem muito na Rede Globo e seu PIG.
 
Inflação é um deles. Hoje foi isso a manhã inteira. No rádio, na TV, na internet. Agora na CBN "o governo deve assumir compromisso com a estabilidade de preços..."
Voltei do Hortifruti agora! Estava TUDO acima do preço. Não comprei nadinha. Vou esperar para dar uma passada na feira amanhã (adoro essa vida de férias!). Vamos ver como estarão os preços. E todo início de ano é assim. A chuva é geralmente a culpada pelo aumento do preço. Na minha cabeça, essa coisa de meta de inflação não bate. Por que não coloca inflação ZERO!? A partir de agora, não haverá mais aumento de preço! Qualquer aumento será inconstitucional!! Hãn? Eu e minhas visões socialistas...
Mas, pelo que eu vejo-sinto-reflito- cosmicamente, meta de inflação é uma forma de dar lucro para as empresas. Ou não? Primeiro, a meta de inflação é estabelecida. Segundo, seu salário será reajustado (nem todos, como no caso dos professores do Estado do RJ) e terceiro, as empresas fazem seus reajustes. Alimentos, planos de saúde, concessões do Estado (como os transportes), impostos e etc. Todos sobem. Qual segue realmente a meta da inflação? E se seguem todos a meta, por que não deixar como estava? Continuo esbravejando contra os aumentos. O que tento fazer é boicotar produtos muito acima do preço.

Outra pérola do dia: a questão da escolha dos diretores das escolas públicas. Isso é sério, muito sério. Um debate que vai além da própria questão da escolha de direção. Tem a ver com o uso da máquina pública para interesses privados. Qualquer um que conheça minimamente de perto o serviço público, sabe como ele é usado para diversos fins que não os de prestar um serviço público. Época de eleição então, é um horror! Agora, que os cargos são distribuídos para garantir um curral eleitoral, assim como para fazer com que as determinações de determinadas secretarias sejam cumpridas sem, ou com menos resistência, isso é fato. Infelizmente, isso já é até naturalizado pela sociedade. Eis que a pérola do Secretário  “Risoli” (vulgo Coxinha) do nosso querido Cabralnóquio diz que os diretores serão agora selecionados via prova. Oi? Vossa Excelência já ouviu falar em eleição para diretoria? E que essa pessoa cumpra requisitos básicos, como ser concursado e ser da área de educação? E o pior ainda estava por vir (e eu achando que já tinha lido merda suficiente), no tal plano para melhorar a educação do estado, está dar bônus para os professores. Ammm.. alguém me explica essa parte? Não sei se a dupla Risolinho (Coxinha)- Cabralnóquio se lembra do Nova Esmola, ops, Nova Escola (que eu por sinal, jamais ganhei). Não funcionou. Por que é tão difícil dar a porra do aumento? Por aí a gente vê para que esses aí vieram...

E para finalizar, um depoimento íntimo. Flertei com a TV hoje. Estava eu comendo minha gororoba de ontem, assistindo jornal, quando passa uma reportagem sobre os impostos. Pensei: “ lá vem o PIG falar em imposto de novo” e logo em seguida aparece o tal impostômetro que fica em São Paulo, colocado pela associação comercial (acho). Para minha surpresa, o entrevistado (que eu não lembro quem eu era) faz uma declaração compeltamente fora do esperado. Diz que a arrecadação está alta e que a tendência é de aumento, uma vez que se espera que a economia brasileira continue crescendo e, para ele, o que deve acontecer é uma diminuição do pagamento dos impostos por quem? Pasmem, ele não diz pelo setor produtivo, mas sim pelas camadas mais pobres da população. Flertei com a TV Maldita hoje.
O estranho continua no ar...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Promessas para 2011

Passei o dia escrevendo um artigo. As poucas paradas foram para comprar comida, fazer comida e comer.
Durante esse tempo, assisti, na TV CÂmara, via internet,  a eleição da mesa Diretora . Show de horrores. Tudo que ouvi foi melação de cueca, um elogiando o outro. Foram poucas as avaliações dos trabalhos que foram realizados nos últimos anos. E o que veio, claro, foi o enaltecer da aprovação do substitutivo do Plano Diretor, com vários retrocessos em relação ao de 1992, e os acordos relacionados ao Projeto Porto Maravilha.
http://www.portomaravilhario.com.br/

http://bandeiranegrarep.blogspot.com/2010/04/revitalizacao-do-porto-iphan-e.html
Quase tirou minha fome.









Depois, show de horrores parte II. Recebi um presente de grego bem no início do ano. Como prometi que seria mais fina a partir de agora, não vou dizer aqui o que eu queria que o fulano fizesse com o tal presente. Não seria delicado. Me segurei para não dizer pessoalmente.




 Palmas para mim! Comecei bem o ano. Eu tento cumprir o que prometo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Imagem é tudo!

AÊ!! 2011, finalmente!
Tanta coisa para escrever, mas estou com aquela preguiça de fim de festa. E quero escrever sobre muita coisa, só que o sono não deixa.
Chuva, imagem, governo, sonho, inflação. É, são esses os temas que me instigaram hoje.
Primeiro, perdi o discurso da posse da Dilma, fiquei viajando vendo um programa sobre repentistas e cantoria em Pernambuco.  Quando vi, acabou! Procurei na internet o novo ministério (é, eu ainda não sabia) e não fiquei animada com alguns nomes. Depois deu sono para saber o que Cabralnóquio prometeu para o Estado do RJ e principalmente para a Educação. Vamos continuar com salário de fome, evasão escolar, multiplicação de EJA, autoritarismo e desvio de verbas. Desliguei a TV Maldita.

Segundo, continua chovendo... a Mãe está presa em Visconde de Mauá. A "estrada-parque" deu pau. Nunca vi aquilo tão esculhambado, e olha que eu frequento aquele lugar desde 1980! Sorte dela, vai ficar por lá. Aqui no Rio, a chuva está fraca. Sorte para todos: governo, moradores e turistas.
Imagem é tudo.
Imagina, a cidade cheia, turista de tudo quanto é canto, a dupla Paes-Cabral tirando a maior onda de cidade-mega-evento, de repente cai aquela chuva, a cidade no caos total, como vemos sempre e que ficou muito claro com a enchente de abril! Não, não estamos preparados para receber esses mega eventos e precisamos de outros investimentos.
Enchente 1988
Falando nisso, achei o site do porto maravilha hoje. Ali tem alguma coisa sobre a mudança na lei, alguns projetos e valores que serão 'investidos" naquela área da cidade. Encontrei a Lei Orgânica do RJ, isso foi legal.
 A chuva continua fraca, para a sorte de todos. Imagem continua sendo tudo e o facebook me irrita. Saiu uma matéria interessante sobre essa exposição da vida privada no Le Monde desse mês que eu devorei pelas rodoviárias desse Brasil.Ai, mundo vazio, fútil e de espetáculo. Sociedade do espetáculo, já dizia Debord. Eu e minha mania de clássicos!
Eu e minha falta de saco para certas coisas. Exemplo: chego de viagem, quero muito saber sobre os acontecimentos políticos. Ligo a TV Maldita, abro o jornal, internet e coisa e tal e o que eu vejo sobre a posse da Dilma? Comentários sobre o Temer e quem o acompanhava. Oi? Puta que pariu! Política, rapeize, política! A hora é essa, sempre é hora de acordar, sacudir e fazer alguma coisa pelo coletivo. Isso acaba refletindo em você, mas esse é um outro devaneio. Talvez um sonho... Ando otimista, né não?
Ah.. e tem a minha fúria com o processo inflacionário na cidade. Os imóveis estão muito caros, muito mesmo. Expulsando geral para outras áreas. Depois a passagem de ônibus. Pelo que eu saiba, a tarifa já tinha aumentado esse ano, e mês passado subiu novamente, agora para 2,40. Tirando os que são 2,50, 2,70! Isso me irrita muito, aquela sensação de refém das máfias do transporte. A comida. Meu açaí subiu para 2 merréis! Geralmente os preços sobem no verão, mas está demais! Meu salário não sobe, ele é reajustado com a inflação. Esse ano não bateu nem 5,5%!
Por isso que eu defendo sempre uma sociedade sem dinheiro. Adoro esse meu devaneio, meu sonho. Pensar em possibilidades para além dessas que a gente tem, só para visualizar um outro mundo, fundado em outras bases, que ultrapassem a barreira da imagem. Para tudo, em tudo. ZZZZ....