domingo, 13 de fevereiro de 2011

Planet Lapa e a passagem do tempo.

Pré carnaval é isso. Os blocos estão na rua e  eu, obviamente,  atrás deles. A experiência de ontem foi engraçada. Alguém assistiu aquele filme do Nanini (sei lá como escreve) em Copacabana, comemorando seus 80 anos? Pois é, ontem, ao som de Rancho Flor do Sereno, tive vários flashbacks daqueles. Enquanto andava, reencontrava figuras lendárias e as cenas de outros tempos, embaladas por marchinhas de outros carnavais, se formavam na minha cabeça. Foi engraçado. Não que eu esteja comemorando meus 80, estou longe disso, mas já tenho lá muitos anos de vida.

A passagem do tempo pode significar grandes mudanças na vida das pessoas. Eu, quando pequena, gostava quando alguém dizia que eu parecia mais velha do que era. Não que eu não curtisse a minha infância, curti paracaralho, mas tinha alguma coisa sobre a passagem do tempo que eu admirava, como uma sabedoria, um entendimento maior sobre as pessoas e as coisas. Ainda hoje não tenho problemas com idade, mas vejo como isso é uma questão para muitas pessoas. Não é educado perguntar a idade de alguém. Como assim? Que babaquice é essa? Que desrespeito é esse com as pessoas? Que super valorização da juventude (ou de sua suposta beleza externa) é essa? Já ouvi coisas absurdas do tipo “ até que você está bem para 30 anos!” Ai, gente, paciência nessas horas! Claro que a passagem do tempo não é necessariamente igual a mais sabedoria, respeito, conhecimento e tal. Ela pode significar também um acúmulo de cagadas e seres que ficam mais experientes na arte de sacanear, mentir, iludir e essas coisas que também acontecem. Tem de um tudo. E é muito legal trocar com pessoas que trazem em si grandes experiências. 
A passagem do tempo é obviamente mais perversa para as mulheres. Até os 15 elas são tidas como crianças. Dos 15 aos 25, filé. Dos 25 aos 30, ainda dão para o gasto. De 30 até 40 elas são as neuróticas que só pensam em casar e ter filhos. E as de 40 em diante, sem chances para elas, salvo raras exceções, como as ricas ou as mega dedicadas ao corpo e a aparência. Lógico, todo esse raciocínio podre parte do principio de que a mulher vale pelo que ela aparenta, pelo pedaço de carne que ela pode representar, e pelo que se classifica como beleza em um determinado período histórico.
Infelizmente, já ouvi muito disso. E é deprimente, meu povo, deprimente. Enquanto isso, vou vivendo, sentindo a passagem do tempo e curtindo os flashbacks. Viva a Lapa!

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