sábado, 18 de dezembro de 2010

Educação de Jovens e Adultos

Passei o sábado estudando para a prova da FAETEC. Claro que não deu para estudar muito nos outros dias, sou professora e final de ano é o caos. Começo o ano com uns 400 alunos e, devido a evasão escolar, termino com uns 300. É trabalho paracai!
Li sobre o EJA e ainda não consigo entender a filosofia por trás disso, porque na prática é nítido que as escolas que adotam esse sistema viram uma fábrica de fazer diplomas. A escola que dou aula está esperando a aprovação para passar de uma que oferece ensino médio regular para adotar o EJA.
Fui contra de cara.
A única entre todos os professores. Preocupados somente com a sua vaga, alegam que não temos como fugir. Detesto esses papos de caminho único, que todas as escolas do entorno já adotaram esse programa, que vamos fechar salas, que os professores ficarão vagando procurando escolas e terão que complementar a sua carga horária em vários lugares e etc. É o discurso do desespero, do cada um por si, do se a farinha está pouca, meu pirão primeiro, do individualismo, da opressão capitalista. Limita totalmente nosso potencial criativo e transformador. O de pensar em ações coletivamente a partir de nossas experiências e da nossa realidade.
Agora, lendo documentos elaborados por burocratas afastados das salas de aula e preocupados somente com números e com a exibição do seu próprio traabalho para algum tipo de promoção, vejo que o diagnóstico sobre a realidade da educação popular é teoricamente bem embasada. Falam sobre evasão, idade, democracia nas escolas, valorização do professor, educação para as camadas populares e etc e tal. Mas não vi nada sério sobre como mudar esse quadro. Certamente não será com o EJA. Por enquanto, EJA é uma forma de manter o sistema, isto é, educação de péssima qualidade para os trabalhadores mais pobres e garatia de bons números para os governos. Vou continuar lendo. E questionando as soluções dos burocratas de plantão.

2 comentários:

  1. O link do texto que estou lendo.

    http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf2/proeja_fundamental_ok.pdf

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  2. Vou ficar de olho nesses número e ver como eles evoluem nos próximos anos. No RJ, a política pró-EJA é clara.

    "7,1 milhões de matrículas no ensino médio (1º ao 3º ano)".

    "A educação de jovens e adultos (EJA) registrava 2,5 milhões de matrículas no ensino fundamental e mais de 1 milhão de matrículas no ensino médio".


    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-dados-do-censo-escolar-2010?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

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